Os índios ocuparam o hotel de luxo na cidade de Una / foto reprodução TV Santa Cruz
Ainda não há como saber se a área do hotel ocupado por famílias
indígenas na região sul da Bahia faz parte do espaço delimitado em um
estudo feito pela Funai (Fundação Nacional dos Índios) para o
requerimento de um território dos Tupinambás de Olivença, segundo
informou o próprio órgão na segunda-feira (8).
O cacique Val lidera os índios / foto reprodução TV Santa Cruz
A Funai, que esteve no local durante a tarde, disse que essa
informação só deve ser confirmada após a análise das coordenadas
geográficas de estudo, que visa justamente a demarcação da terra.
Segundo a Fundação, está sendo requerida a expedição da Portaria
Declaratória, em que o Ministério da Justiça pode ou não reconhecer a
terra como tradicional indígena. A partir dessa portaria, explica a
Funai, pode ser pedida a demarcação física do território tupinambá e a
retirada dos não-índios.
De acordo com o cacique que liderou a ação, Val Tupinambá, o objetivo
é pressionar o governo federal pela demarcação da reserva indígena, que
tem cerca de 47 mil hectares e fica entre Ilhéus, Una e Buerarema.
A área envolve mais de 600 propriedades da maior região produtora de
cacau do país. “A gente tomou a decisão de ocupar esse hotel porque se
encontra na área de demarcação do nosso território e também, nesse mês
de abril, a gente quer uma resposta da demarcação do nosso território
tupinambá, que se encontra na mesa do ministro”, explicou.
Um funcionário responsável pelo hotel-fazenda se dirigiu à Polícia
Federal durante a manhã para prestar queixa. Ele estava acompanhado de
uma mulher, dona de outra fazenda vizinha ao hotel. Ela preferiu não se
identificar, mas informou que os índios ameaçaram ocupar a sua
propriedade. De acordo com a Funai, cerca de 25 famílias acamparam no
espaço desde o domingo (7).
A Polícia Militar informou que 70 índios estão acampados no espaço,
que possui 14 bangalôs de luxo e estava sem hóspedes há cerca de três
meses. A Funai informou, no entanto, que o hotel está desativado há seis
meses por conta de um embargo do Ibama.
De acordo com um funcionário do hotel, que não quis se identificar,
os índios não realizaram agressões físicas aos funcionários, mas
exigiram que eles saíssem do local. Ainda segundo o relato do
funcionário, os integrantes do gupo tinham armas tipicamente índigenas.
(Fonte G1)